"Certa
vez, um discípulo perguntou ao seu Mestre, já muito velho, por que ele nunca se
tinha casado; o Mestre respondeu:
- Eu procurava a mulher perfeita, a minha metade e, assim, várias mulheres
foram aparecendo na minha vida e as qualidades que eu buscava e que me
preenchiam e satisfaziam, ora encontrava ora não; enquanto uma era inteligente,
no entanto não era culta, enquanto outra era sensual, no entanto não era
bonita, outra ainda até podia ser organizada, mas era chata e por aí fora...
- Está a querer dizer-me que nunca chegou a encontrar uma mulher perfeita?
- Encontrei, encontrei sim, mas quando isso aconteceu foi ela quem me disse que
procurava o homem perfeito e que eu não era ele..."
A energia do amor é essencialmente calma e pacífica, alegre e inspiradora.
Não é pesada, cansativa nem trágica. Algumas vezes, vocês convencem-se de que
precisam ficar juntos porque “compartilham o mesmo karma” e precisam “resolver
algumas questões juntos”. Vocês utilizam a “natureza do karma” como um
argumento para prolongar o relacionamento, enquanto ambos sofrem imensamente.
Na verdade, vocês estão a distorcer o conceito de karma. Vocês não resolvem um
karma juntos: o karma é uma coisa individual. Cada um tem responsabilidade
apenas por si mesmo. É importante entender isto porque esta é uma das
principais armadilhas nos relacionamentos. Vocês não são responsáveis pelo
vosso parceiro e ele não é responsável por vocês. A solução dos vossos
problemas não está no comportamento da outra pessoa. (Jeshua através de Pamela
Kribbe)
Todos procuram a sua cara metade, ou a sua "alma gémea", como é usual
chamar, mas devemos entender que os relacionamentos de terceira dimensão, os
chamados “relacionamentos kármicos”, precisam terminar porque são ligações em
que os parceiros carregam emoções não resolvidas dentro de si, tais como culpa,
medo, dependência, ciúme, raiva, etc. e devem evoluir para acompanhar a mudança
cósmica. O objectivo desse tipo de (re)encontros é proporcionar às pessoas uma
oportunidade para se entenderem como irmãos e fazerem escolhas diferentes das
que fizeram noutras vidas.
Nessas uniões repetem-se padrões emocionais vividos noutras épocas para que os
envolvidos desenvolvam uma forma mais madura e consciente de lidar com a mesma
situação. Estes (re)encontros exercem uma forte atracção que impele as pessoas
a unirem-se com intensa paixão, parecendo terem encontrado a sua alma gémea.
Porém, os parceiros acabam num envolvimento conflituoso onde poder, controlo e
dependência se tornam a tónica do relacionamento. O encontro emocional de
outrora, que gerou cicatrizes e traumas emocionais, funciona também dentro da
Lei de Atracção. São relacionamentos destrutivos onde não existe amor e
respeito. A intenção do Plano Espiritual nestes casos é que ambos consigam
exercitar o desapego com amorosidade. Uniões que causam emoções intensas e
exacerbadas, tristezas, angústias, conflitos por tudo e por nada e os
envolvidos não conseguem se libertar, são uniões kármicas da terceira dimensão,
pois a energia do amor é alegre, calma, dá segurança, estabilidade e inspira
coisa boas.
Eis um exemplo: uma paciente procurou-nos para receber a 'Terapia Energética
para Ampliação da Consciência' e a sua queixa era o péssimo relacionamento com
o seu marido. A sua angústia e desapontamento causou-lhe depressão e, como
consequência, a perda do emprego. A dependência financeira acabou por complicar
a situação e expôs uma realidade até então desconhecida: ela só era reconhecida
quando correspondia aos anseios materiais do seu marido e quando isso não
acontecia ele tratava-a como um peso morto. Qualquer solicitação financeira por
parte dela, era motivo para que ele lhe dissesse, por exemplo:“Falta-te alguma
coisa aqui?!! Por acaso não tens que comer?!!” E assim foi até o dia em que a
situação se tornou insuportável; então, chamado para uma conversa com ela, ele
acabou por lhe dizer: “Não te admiro; és muito simples! Gosto de mulheres mais
sofisticadas”. O seu mundo ruiu, a sua auto-estima ficou terrivelmente abalada,
acabando por adoecer - criou um mioma no útero que necessitou de uma cirurgia
para retirar o órgão. A separação foi inevitável, mas o seu emocional sofreu
graves sequelas pois ela acreditava que estava unida à sua alma gémea,
portanto, na sua perspectiva não havia mais esperança para ela. Esteve meses a
receber Terapia, acompanhada por florais e participando do Curso de Alinhamento
da Personalidade. Hoje é outra mulher. Bonita, forte, segura de si e mais
consciente da realidade.
Este foi um exemplo que evidencia que a única responsabilidade de cada um é
consigo mesmo. A importância desta compreensão é fundamental para que possamos
sair dos relacionamentos tridimensionais que tornam as pessoas dependentes de
algo/alguém fora delas. A visão distorcida do que significa alma gémea faz com
que as pessoas procurem a sua outra metade, ilusão essa que as leva para fora
de si mesmas, esquecendo-se da sua origem divina, onde somos inteiros; somos o
masculino e o feminino, somos o todo: "Ninguém é metade de ninguém."
Na terceira dimensão, o nosso ser é conduzido pela personalidade, que é dual e,
estando nela, vivemos a ilusão da paixão: "Ninguém se apaixona por
ninguém. A mulher apaixona-se pelo masculino dentro dela, reflectido no homem,
e vice-versa; o homem apaixona-se pela sua porção feminina que encontra na
mulher. Somos espelhos e um dia decepcionamo-nos com a nossa própria imagem
reflectida no outro.
Essa noção “imatura” do conceito de almas gémeas leva-nos a entender que somos
essencialmente femininos ou masculinos e que precisamos da nossa outra metade
para completarmos uma unidade. E a realidade é só uma: somos inteiros, somos
yin e yang, e enquanto não aprendermos a reconhecer cada uma dessas partes
dentro de nós e a integrá-las, estaremos a atrair relacionamentos de
dependência.
Então, não
existem almas gémeas? Sim, elas realmente existem, mas, são idênticas em
sentimento, em amor, vibração, princípios e ética. São seres livres e
independentes, que escolhem compartilhar a sua vida com outro ser igual em
essência. Não estão juntos para resgatar ou aprender alguma coisa pois almas
gémeas não têm função na dualidade. Os seus propósitos são sempre divinos.
Somente quando nos identificamos com a divindade dentro de nós, somos capazes
de encontrar a nossa alma gémea. Quando nos tornamos conscientes de nossa
unidade, a nossa jornada de volta à casa do Pai começa. Tornamo-nos menos
ligados a coisas externas, como estatuto, fama, dinheiro ou prestígio.
Compreendemos que a chave da felicidade não é a experiência em si, mas sim, a
maneira como vivemos essa experiência. Criamos a nossa própria felicidade ou
infelicidade através da consciência evoluída.
Mestre El
Morya diz: "Quanto às chamadas Almas Gémeas, o seu
encontro não se dá senão pelo merecimento, por mais incessante e imperativa que
seja a busca. E, caso ocorra sem o pressuposto maior de, juntas, atingirem a
Perfeição, o encontro será efémero como uma flor que, uma vez colhida, perde o
viço, o perfume, a existência...".
Sem comentários:
Enviar um comentário