- Inconsciente Coletivo: Uma camada da mente que contém experiências e memórias compartilhadas por toda a humanidade.
- Arquétipos: Imagens e ideias universais que influenciam o comportamento humano e a percepção.
- Individuação: O processo de se tornar a pessoa que realmente somos, integrando diferentes partes da psique.
- Terapia Junguiana: Uma abordagem terapêutica que busca resgatar a essência do indivíduo e promover o autoconhecimento.
Esses elementos são fundamentais para entender como a psicologia junguiana trabalha e como pode ser aplicada na terapia.
De acordo com a Profª Drª Alessandra Jantorno e coordenadora da Pós-Graduação em Psicologia Junguiana, os sonhos são, para Carl Gustav Jung, representações simbólicas da situação consciente do sonhador e podem passar despercebidos à consciência. Os estudos dos sonhos se justificam pela existência do inconsciente pessoal e coletivo, por serem estes reveladores e simbólicos. Ou seja, é a porta de entrada para o inconsciente pessoal e coletivo. Nele muitos elementos esquecidos pela memória aparecem por mensagens, mensagens recorrentes e até mesmo imagens premonitórias de atos do sonhador.
A temática sobre os sonhos foi que ocasionou o encontro e o desencontro entre Jung e Freud. O encontro entre eles se deu através da leitura de “A interpretação dos sonhos” de Freud, proporcionando a Jung “conhecer” Freud. Foi ali que Jung encontrou uma teoria que ecoou em suas pesquisas e causavam nele um imenso fascínio.
Em 1909, voltando de uma viagem que havia feito juntamente com Freud para os EUA, Jung sonhou com uma casa de três andares e apresentou o sonho a Freud, este interpretou o sonho de maneira reducionista, deixando-o insatisfeito e levando-o a aprofundar seus estudos sobre o assunto.
Jung começa a dedicar a essa temática no volume VIII com dois grandes artigos sobre o tema “Aspectos gerais da psicologia do sonho” e “Da essência dos sonhos”. São nesses dois artigos que Jung começa a colocar sua perspectiva e mutuamente, vai distinguindo-a da perspectiva psicanalítica, além de nos apontar a importância de ficarmos atentos aos sonhos, pois esses possuem um “significado intrínseco próprio” que, em última análise, falam daquilo que está inconsciente para nós.
Jung propõe que, se o sonho é um produto psíquico como outro qualquer, então não há porque supormos que sua natureza e finalidade são diferentes dos outros conteúdos da psique. A partir disto, o psicanalista infere que devemos tratar os sonhos analiticamente “como qualquer outro produto psíquico”.
A crítica de Jung à interpretação causal é feita por meio da ideia de que ela somente levará em conta os conteúdos psíquicos que a antecederam, ou seja, tudo aquilo que aparece em um sonho, por exemplo, em algum momento já passou pela consciência. A perspectiva causalista reduzirá os conteúdos psicológicos aos seus antecedentes e contenta-se com eles. Para iustrar, ele exemplifica utilizando a figura de rapaz que vai por uma rua e, de repente vê uma criança que brinca à sua frente ser atropelada por um automóvel. A análise causal irá dizer que a rua é reconhecida como sendo uma rua em que passou na véspera do sonho, a criança é identificada como o filho do irmão que ele vira ao visitar no dia anterior e o acidente lembra-lhe um acidente descrito nos jornais em dias anteriores. Jung aqui lança mão da especificidade da imagem para criticar tal redutivismo:

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